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Colaboração:.  Contabilidade Facilitada ( Onde estou aprendendo, muito através do curso de pós-graduação e posso testemunhar a seriedade da instituição)

📌 O que é o Split Payment?

É um sistema de retenção e repasse automático dos tributos federais (IBS e CBS) no momento do pagamento da transação (via Pix, cartão, boleto etc.), sem passar pelas mãos do vendedor.

🗓️ Implementação

Início: 2027

Fase atual (até 2026): definição de regras

Aplicação: inicialmente voluntária e gradual

Primeira fase: transações B2B (entre pessoas jurídicas)

Expansão futura: B2C e outros formatos

💡 O que muda na prática?

A responsabilidade pelo recolhimento deixa de ser do contribuinte vendedor

Os tributos são retidos automaticamente nos meios de pagamento

Com a Reforma Tributária, para atenuar o acréscimo da alíquota será preciso tomar créditos da operação feita. Como fazer? Quais situações? Que pontos devo me ate? Como será a operação de tomada de créditos? Quais as diferenças na tomada de créditos para os regimes tributários Real, Presumido e Simples Nacional por dentro e Simples Nacional destacado IBS e CBS. E o estoque antes da implementação como faço para me creditar?

Excelente pergunta, Progresso — do tipo que separa o contador raiz do contador Nutella. Bora destrinchar esse emaranhado da Reforma Tributária com clareza e sem enrolação:

💥 O CENÁRIO: Alíquota mais alta, crédito obrigatório

A nova tributação (CBS + IBS) vem com alíquotas mais elevadas — entre 25% e 27%, segundo projeções. Para compensar, o crédito financeiro amplo é a espinha dorsal. Ou você se credita, ou sangra no caixa.

✅ COMO FUNCIONA A TOMADA DE CRÉDITOS?

O sistema será não cumulativo real — estilo IVA europeu. Ou seja:

> Tudo o que for tributado na etapa anterior, vira crédito na etapa seguinte.

Você poderá se creditar de: Compras de bens e serviços, Energia elétrica, Aluguéis, Ativos imobilizados

Fretes

Despesas gerais, se vinculadas à atividade operacional

🧠 Crédito financeiro = 100% do valor do imposto pago na etapa anterior
📜 Precisa estar documentado em Nota Fiscal eletrônica com destaque do IBS/CBS.

📌 SITUAÇÕES EM QUE VOCÊ DEVE SE ATENTAR:

1. Só gera crédito se a operação anterior foi tributada
→ Comprou de isento ou de regime especial? Não gera crédito.

2. Crédito é automático e direto na apuração
→ Não há mais necessidade de vinculação a produtos vendidos (como no PIS/COFINS).

3. Crédito indevido pode ser autuado
→ O fisco terá mais poder de cruzamento. O compliance terá que ser milimétrico.

4. Não terá crédito presumido (exceto exceções transitórias)
→ Sai o “jeitinho”, entra o controle real.

⚖️ DIFERENÇAS ENTRE OS REGIMES TRIBUTÁRIOS:

1. Lucro Real e Lucro Presumido

Totalmente dentro da sistemática do IBS/CBS.

Tomada integral de créditos sobre todos os custos e despesas operacionais.

Vai ser necessário organizar bem o controle de crédito por CFOP e por centro de custo.

2. Simples Nacional (por dentro)

Regra geral: não tem direito ao crédito de IBS/CBS.

Mas empresas do Lucro Real ou Presumido que compram de Simples Nacional:

Não se creditam (por isso, compra de Simples ficará menos atrativa).

Setores como bares, pequenos comércios, prestadores de serviço locais vão perder competitividade.

3. Simples Nacional com destaque de IBS/CBS (modelo misto)

Esse é um ponto em estudo — o modelo split payment pode aplicar:

Empresa Simples recolhe sua parte da alíquota.

Mas destaca o IBS/CBS para que o cliente possa tomar crédito.

Isso exige regulamentação específica — ainda pendente.

📦 E O ESTOQUE ANTES DA IMPLEMENTAÇÃO?

Esse é o pulo do gato para empresas organizadas:

🧾 Você poderá se creditar do estoque existente antes da entrada do novo sistema.

🔍 Requisitos:

1. Inventário detalhado e com custo apurado até a data de corte.

2. As mercadorias devem ter sido adquiridas com destaque de tributos (ICMS, PIS/COFINS).

3. O crédito será convertido em percentual sobre o custo do estoque, definido em norma.

🕓 Crédito será fracionado ao longo dos anos (modelo de transição — 4 a 8 anos).

➡️ Se não tiver documentação detalhada, perde o direito.

📌 PONTOS CRÍTICOS PARA SE ATENTAR:

❗ Controle rigoroso de documentos fiscais

🧮 Mapear toda a cadeia de entrada/saída para maximizar os créditos

🗃️ Atualizar o plano de contas contábil e fiscal

📂 Estabelecer política interna de validação de NF-es

📊 Investir em sistemas que rastreiem e auditem o crédito automaticamente

📢 Conclusão: sem crédito, sem salvação

A nova lógica é tributa tudo, mas dá crédito de tudo — ou quase. Quem dominar os mecanismos de crédito financeiro, vai neutralizar o impacto da alíquota maior. Quem bobear, vai pagar o dobro.

E nesse novo mundo, contador consultivo e sistema bem integrado serão como oxigênio.

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