Split payment pode recuperar até R$ 500 bilhões em impostos sonegados
Novo sistema da Reforma Tributária vai direcionar tributos automaticamente ao Fisco no ato do pagamento
Previsto para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2027, o split payment promete transformar a forma como os impostos serão recolhidos no Brasil. O mecanismo, criado pela Reforma Tributária, tem potencial para recuperar entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões anuais atualmente sonegados, segundo o tributarista Lucas Ribeiro, fundador e CEO da empresa de tecnologia ROIT.
Na prática, o split payment funciona de maneira simples e direta: no momento em que o cliente paga a empresa, a parcela referente aos tributos é automaticamente separada e transferida ao governo, sem passar pelo caixa da companhia.
Com o split payment, os recursos hoje desviados ou retidos de forma irregular irão direto para os cofres públicos.
Os valores estimados pelo especialista se aproximam das projeções do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que calcula perdas anuais de R$ 400 bilhões, e também do Sonegômetro do Sinprofaz, que aponta montante superior a R$ 600 bilhões.
Desafios e impacto nas empresas
Embora o cronograma oficial preveja a implantação já em 2027, devido à complexidade técnica e operacional, o sistema só deve ser aplicado de forma efetiva em 2028.
Independentemente da data, o alerta que as empresas precisam começar a se preparar desde já, sobretudo para lidar com os impactos no fluxo de caixa.
Isso porque, com a nova sistemática, os impostos deixam de transitar pelo caixa da empresa, eliminando atrasos no recolhimento e simplificando a rotina de emissão de guias. Por outro lado, a retenção automática exigirá um novo planejamento financeiro, já que o capital disponível para giro será reduzido no momento da venda.
Conclusão
O split payment representa uma ruptura no modelo tradicional de arrecadação. Ao mesmo tempo em que promete aumentar a eficiência do Fisco e reduzir a sonegação, traz para as empresas o desafio de adaptar seus processos contábeis e de gestão financeira.
A palavra de ordem é planejamento: quem se antecipar às mudanças sairá na frente quando o novo sistema estiver em vigor.
